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Área de Pacientes Materno-infantil (2025)

Público·80 Pacientes

Estou com diabetes gestacional. E agora?

Durante a gravidez, nosso corpo passa por várias adaptações metabólicas que acontecem para dar suporte às demandas do feto e de todas as estruturas que sustentam a gestação. Uma delas é alteração na sensibilidade à insulina, o hormônio que regula o nível sanguíneo de glicose, um nutriente extremamente importante para o crescimento do ser em formação.  


Para que tudo corra bem, os níveis de glicose precisam ficar mais altos de forma a atender as necessidades da mulher e especialmente do feto. Como um mecanismo maravilhoso da natureza, o corpo da mãe passa a resistir à ação da insulina, deixando a glicose mais disponível no sangue para o feto. Para que isso aconteça, o pâncreas materno passa a trabalhar mais, se ajusta ao momento e tudo segue dentro do esperado.


Existem alguns fatores pré-gestacionais que podem atrapalhar essa adaptação do nosso pâncreas durante a gestação, levando ao que chamamos de diabetes gestacional (DMG), como sobrepeso/obesidade antes e durante a gestação, escolhas alimentares, idade da mulher ao engravidar, fatores genéticos, história familiar de e pessoal de diabetes entre outros.


O diagnósticos pode ser feito de duas formas:


  • dosagem da glicemia de jejum logo no início da gestação maior que 92 (nesse caso, a curva glicêmica não é realizada)

  • curva glicêmica realizada entre 24 e 28 semanas


Para a curva glicêmica, são colhidas 3 amostras de sangue: em jejum, 1h e 2h após ingestão de 75g de dextrosol. São considerados os limites de maior ou igual a 92, 180 e 153 mg/dL, respectivamente, para jejum, uma hora e duas horas. Um único resultado alterado caracteriza DMG. 


O que fazer?


Controlar bem o ganho de peso é fundamental. E, em geral, alimentação adequada e exercícios regulares dão conta do recado.


Da parte alimentar, alguns pontos se destacam:


  • consumo variado de alimentos frescos e integrais

  • ingestão diária de legumes e verduras, aumentando significativamente a presença das fibras, que retardam a captação de glicose pelo intestino ao mesmo tempo que alimentam as bactérias protetoras desse ambiente, que vão ajudar no controle glicêmico

  • rotina alimentar que inclua refeições em intervalos regulares / não muito longos

  • retirada de açúcar, farinhas refinadas e gordura saturada, presentes em alimentos de origem animal e no coco. Açúares e farinhas estimulam a secreção de insulina pelo pâncreas e a gordura saturada interfere negativamente na ação desse hormônio

  • retirada de alimentos ultraprocessados de todo tipo (biscoitos, hambúrgueres, refrigerantes, balas, salgadinhos, etc)


Monitoramento da glicemia


O controle da glicemia deve ser feito diariamente através de aparelhos específicos. O mais conhecido é o glicosímetro, que mede o teor de glicose contido em uma gota de sangue que é colocada sobre uma fita específica. 


Esse monitoramento em geral é feito pela manhã, em jejum, e 1 hora após as principais refeições. Em alguns casos, adicionam-se mais 3 medições, 2 horas após as principais refeições.


Todas as medidas precisam ser anotadas para controle de eventuais picos de glicose, que não podem ultrapassar 30% de todas as medições, como na planilha abaixo.


Você pode baixar essa planilha no seu computador, hospedá-la na nuvem (google drive, onedrive, etc.) e compartilhá-la comigo e com seu médico.



Os valores alvo dessas aferições são os seguintes:


  • em jejum, ao acordar: menor ou igual a 95 mg

  • 1 h após as principais refeições: menor ou igual a 140 mg

  • 2 h após as principais refeições: menor ou igual a 120 mg


Como dito acima, estabelecer uma rotina diária de exercícios é parte fundamental para o controle da glicemia, pois, nas duas horas seguintes após a atividade física, os tecidos captam glicose sem a necessidade de insulina. O pâncreas agradece!

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