Querido por muita gente, esse alimento pode ajudar ou atrapalhar a saúde. Veja o que buscar no rótulo para aproveitar a parte boa e deixar de lado a que faz mal.
Difícil achar alguém que seja totalmente indiferente ao chocolate. Fácil achar alguém que goste muito. Esse alimento, cujo consumo foi registrado em civilizações muito antigas, tem lá seus poderes, derivados basicamente dos flavonoides presentes na sua composição. Certamente, o propósito e a forma como o cacau era consumido por esses povos eram completamente diferentes de hoje.
Os antioxidantes naturalmente presentes no cacau tem funções protetoras sobre o aparelho cardiovascular. Eles também atuam de forma positiva sobre a insulina, o hormônio que controla os níveis de glicose no sangue. Essas ações não eram claras naquela época como é nos dias atuais. Mas também, naquela época, o cacau era consumido como uma bebida amarga e com finalidades medicinais. Nada a ver com uma barra marrom e docinha, cheia de gorduras artificiais, aromatizantes, emulsificantes e outros aditivos alimentares, consumida para acalmar as emoções.
Conhecendo o chocolate
O que identificamos popularmente como chocolate é o produto final de uma complexa linha de produção que começa no fruto chamado cacau. Dele, são retiradas as sementes – a polpa toma outro destino, podendo ser consumida como suco – que seguem para serem fermentadas, secas e torradas. Após um longo e delicado processo, chegamos ao que chamamos de nibs, que, depois de moídos, se transformam na pasta ou massa de cacau. Essa massa, depois de prensada, dá origem à manteiga de cacau e a uma massa sólida que se transforma posteriormente no cacau em pó.
Massa de cacau, manteiga de cacau e açúcar são ingredientes-chave para a produção do chocolate como o conhecemos. São as variações de ingredientes que determinam a qualidade nutricional e o preço ao consumidor.
Açúcar – o mais utilizado é a sacarose, ou açúcar refinado, que pode ser acrescido de xarope de glicose ou leite condensado. Quanto mais açúcar, menos massa de cacau e portanto mais barato o produto final. Essas versões mais populares têm o açúcar no topo da lista de ingredientes, ou seja, contam com uma quantidade muito grande desse componente. E é de senso comum o quão ruim o açúcar é para a saúde. Os edulcorantes são opções substitutas do açúcar nas versões diet.
Gorduras – as mais usadas são manteiga de cacau, gordura de leite e gordura hidrogenada. Essa última é a preferida dos chocolates mas baratos. Ela tem a propriedade de elevar o colesterol LDL, contribuindo negativamente para a saúde cardiovascular. Os chocolates de qualidade superior contam apenas com as gorduras contidas no próprio cacau. O óleo de coco vem sendo usado por alguns fabricantes como alternativa à gordura do leite nas versões veganas.
Há vários tipos de chocolate
A proporção entre massa, manteiga e açúcar determina os diferentes tipos de chocolate que encontramos no mercado. Os que têm maior quantidade de manteiga de cacau são os que derretem melhor na boca. Por outro lado, os chocolates com maior teor de massa de cacau são os mais intensos em aroma e sabor. Todas as versões podem ser acrescidas de castanhas, frutas secas, sementes (como a chia) e temperos, como sal.
Cacau em pó: é obtido pela moagem do nibs. Ele é 100% cacau. Se tiver açúcar adicionado, é chamado de chocolate em pó, que difere do achocolatado, que contém cerca de 30% de cacau
Chocolate amargo: leva somente cacau (massa e manteiga) e açúcar. O teor de cacau deve ser acima de 50%. Abaixo disso, é considerado meio amargo, que pode conter gordura hidrogenada
Chocolate branco: a manteiga de cacau é a base. Ele não leva massa de cacau e é o que derrete mais fácil na boca.
Resumo da ópera:
- chocolate tem flavonoide, que faz bem à saúde. Mas outros alimentos também são ricos em antioxidantes e portanto comer chocolate é uma opção e não uma necessidade ou obrigação;
- qualquer chocolate terá um teor naturalmente elevado de gordura. Como a grande maioria contém açúcar, qualquer um tem grande potencial para aumentar o peso corporal, inclusive o diet. Por isso, consuma com moderação;
- prefira sempre as versões que contenham apenas massa, manteiga de cacau e açúcar, sendo que esse último deve sempre estar no final da lista de ingredientes. Castanhas, frutas e afins são opcionais. Os que contiverem castanha serão mais calóricos, já que esses alimentos têm alto teor de gordura;
- não compre chocolates que contenham gordura vegetal hidrogenada e xarope de glicose.
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