Como toda alimentação saudável deve ser
Há alguns poucos anos, alimentação sem componentes animais (carnes, ovos e laticínios) era sinônimo de alimentação saudável, pois, de certa forma, era mais difícil encontrar alimentos processados e as pessoas comiam mais comida de verdade. Em aulas e palestras mostrávamos a redução de risco de doenças do coração, de diabetes, câncer, pressão alta, colesterol elevado em populações que escolhiam retirar ingredientes de origem animal da dieta. Mas, há alguns poucos anos, esse cenário começou a mostrar mudança de rumo, uma vez que o mercado vegano deu um salto enorme e passou a oferecer muitas opções processadas: de iogurte, a salgadinhos, embutidos, biscoitos, bolos, sorvetes, hambúrgueres e afins.
Se antes o veganismo alimentar, considerado mais saudável com conter mais alimentos naturais, era motivo para preocupações com proteínas, ferro, cálcio e vinha acompanhado de comentários “você vai ficar doente, não vai conseguir praticar atividade física, não vai poder doar sangue, vai ter anemia”, etc., imagine hoje em dia, onde muitas pessoas estão fazendo a transição de forma desorganizada e exagerando em alimentos refinados e processados, cheios de sal, gordura ruim, açúcar e farinha refinadas.
Felizmente, o movimento vegano, cheio de compaixão pelo nossos amigos bichos, passa por um momento de correção de rota e muitos seguidores estão incluindo a autocompaixão na lista de razões para continuar nessa linda caminhada: saúde em primeiro lugar! Níveis adequados de B12, alimentos naturalmente ricos em ferro, cálcio, zinco, caroteno entre outros estão na mira do povo!
O cuidado com nosso lindo planeta também está em alta e, não raro, vemos nas feiras e espaços veganos canudinhos de metal, copos de silicone, produtos de higiene pessoal que, além de não terem sido testados em animais, são feitos com ingredientes naturais e biodegradáveis, roupas sem componentes naturais, produzidas eticamente, e por aí vai.
Plant based diet
Traduzindo para o português, a dieta baseada em plantas é um movimento mundial de busca pela saúde – do ser humano e do planeta – através de uma alimentação rica em alimentos oferecidos pela Mãe Terra.
Uma verdadeira avalanche de estudos vêm sendo realizados nos quatro cantos do mundo mostrando que quem vive a base de cereais integrais, tubérculos, leguminosas, frutas, verduras, legumes, oleaginosas, sementes e, é claro, água, reduz de forma significativa o risco de desenvolver um monte de doenças, inclusive as fatais. Além disso, em algumas situações, uma alimentação totalmente baseada em alimentos integrais, naturais e vegetais pode reverter totalmente determinadas condições de saúde.
Como montar refeições
Os pratos, em qualquer uma das refeições, devem ser o mais coloridos e variados possíveis. Como sugestão diária, para não faltar qualquer nutriente, invista na lista abaixo.
3 e 4 alimentos verdes (couve, brócolis, quiabo, chuchu, feijão moyashi, limão, abacate, alcachofra, kiwi, uva, ervilhas, lentilhas, pepino), salsinha, hortelã, cardamomo, alho-poró
2 e 3 alimentos vermelhos: tomate, melancia, goiaba, feijão vermelho, pimentão, caqui,
2 a 3 alimentos brancos/bege/amarelados: arroz integral, aveia, couve-flor, erva doce, acelga, repolho, melão, pera, banana, feijão carioca, cebola, gergelim, castanhas em geral, goiaba, coco, gengibre
2 a 3 alimentos alaranjados: cenoura, abóbora, manga, pêssego, caju, laranja, mexerica, damasco, canela, cravo, cúrcuma
2 a 3 roxos/preto: repolho roxo, berinjela, uva, feijão azuki, feijão preto, arroz negro, amora, mirtilo, cebola, azeitona, pimenta do reino, jabuticaba
Somado às delicias que a natureza nos oferece, vale incluir um bom banho de sol, exercícios físicos regulares, noites de sono reparador e momentos de prazer e lazer com família e amigos.
A frase “integral, vegetal e natural” saiu de uma conversa que tive com uma ativista vegana, durante o Plant Based Conference Brasil, em outubro desse ano, quando tentávamos colocar no português, sem ser ao pé da letra, o termo plan based diet. Ainda estamos no processo!
Comments