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Foto do escritorAna Ceregatti (Escola de Nutrição)

Meu filho não come!

Atualizado: 11 de mai. de 2023

Entenda o que acontece com o apetite dos pequenos de 2 a 6 anos


Para muitas crianças, quando a velinha de 1 aninho é soprada, uma chave é virada e, o que antes era aceito com um bocão, agora é rejeitado com uma careta. E tanto faz se a criança é vegetariana, vegana ou onívora. A partir do segundo ano de vida, é comum a criança ter menos apetite e começar a rejeitar alguns alimentos, pois a velocidade de crescimento – que foi espantosa no primeiro ano de vida – desacelera muito. Só para ter uma ideia, do nascimento até a primeira festa de aniversário, a criança ganha em média de 6 a 7 kg e cerca de 25 cm. A partir daí, em um ano, a criança vai engordar entre 2 e 3 kg e crescer um pouco mais de 10 cm. Então, é mais do que natural ela ter menos apetite, pois o seu corpo está precisando de menos. Além disso, comer também deixa de ser interessante porque as pernas ganham autonomia e brincar passa a ser muito mais legal.


Se os pais não olharem para esse fato como sendo parte do processo de crescimento, é possível que o caminho escolhido seja nada conveniente, como o uso de estimuladores de apetite, polivitamínicos ou medidas disciplinares (castigos, punições, chantagens, trocas e coisas do gênero), que poderão realmente prejudicar a criança. Forçar a criança a comer determinado alimento pode de fato resultar em um distúrbio de apetite verdadeiro, como obesidade ou recusa alimentar, pois a alimentação será associada a confrontos e distorção de prazeres.


As dicas a seguir ajudarão a lidar melhor com essa fase.


- Convidar a criança a ter uma rotina alimentar onde haja pouca variação de horário; nesta fase, a criança já deve estar comendo a comida da família e fazendo pelo menos 5 refeições por dia;


- Não comeu? Nada de forçar. A refeição deverá ser encerrada, sem substituições, sendo oferecidos outros alimentos somente na próxima refeição. Celulares, tablets ou TV não ajudam em nada nessa hora;


- As sobremesas devem ser a base de frutas, sempre sem açúcar, e compor a refeição como um todo. Elas não devem ser usadas para coagir a criança a comer e nem como prêmios;


- Se a criança estiver doente, oferecer os alimentos que ela aceita melhor com uma flexibilidade maior de horários. Evitar doces e comidas industrializadas, que certamente prejudicarão sua recuperação;


- A porção dos alimentos deve estar de acordo com a necessidade da criança. É melhor oferecer uma quantidade menor e perguntar a ela se deseja mais;


- Nessa fase, o mundo externo é uma novidade e brincar é a palavra de ordem. Assim, vale a pena um período de no mínimo 30 minutos de descanso antes da refeição. Se ela estiver cansada ou super estimulada, provavelmente não comerá direito;


- O sabor doce é natural para o ser humano. Ele não precisa ser aprendido, como os demais sabores. Então, antes de dizer que a criança não gosta de um ou alimento, é necessário que ela seja exposta ao mesmo entre 8 a 10 vezes, de formas e combinações diferentes, para então excluí-lo da alimentação dela;


- Cookies, biscoitinhos, panquecas e bolinhos, preferencialmente ser feitos em casa, têm espaço sim na vida da criança! Eles até são úteis para a descoberta de novos sabores e texturas. Se forem doces, deverão ser ingeridos apenas entre as refeições principais. Já os salgados, como bolinho de leguminosas, podem também aparecer no almoço e/ou jantar;


- Criança nessa faixa etária aprende por imitação. Assim, o exemplo virá dos pais, que devem também se alimentar de forma saudável, com alimentos frescos, integrais e variados;


Para um dia a dia saudável


O prato da criança deve conter todos os grupos alimentares, sendo composto na seguinte proporção: 1/3 de verduras e legumes, 1/3 de cereais integrais e/ou tubérculos (batata doce, inhame, cará, mandioca, mandioquinha) e 1/3 de leguminosas (todos os feijões, grão-de-bico, lentilhas, ervilha seca, fava ou tofu). Essas deverão ficar de remolho por cerca de 12h e ter a água trocada antes do cozimento. O volume de comida vai variar de criança para criança, conforme seu gênero (menino ou menina), constituição familiar e rotina diária.


Castanhas em geral, em pedaços ou pastas, também podem fazer parte do dia a dia. Tahine com melado, rico em cálcio, ferro e zinco, é um ótimo exemplo de recheio para pãezinhos, que podem compor a lancheira da escola.


Chia e/ou linhaça devem estar presentes diariamente na vida da criança. Como as sementes dão muita saciedade, melhor é usar o óleo prensado a frio. Cerca de 1 colher de chá por dia é suficiente e pode ser oferecido sobre frutas ou sobre o pratinho do almoço/jantar.


Criança tem que beber água! Nessa faixa etária, a recomendação varia entre 1,3 a 1,7 litro ao dia, conforme estação do ano, atividade física, tipo de alimentação e consumo de leite materno.

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