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Minha história de Rede de Apoio

vc tem rede de apoio? ou é rede de apoio de alguém?

sabe a importância de uma boa rede de apoio?


queira fazer essa reflexão com você…



a filosofia nos ensina que o homem é o animal que tem mãe, essa figura maravilhosa que 

ajuda a gente a ter esperança, empatia pelo outro. 

a mãe ajuda a gente a se conectar com a ideia de que o melhor ainda está por vir.


o ser humano é coletivo; ele depende de outro ser humano para viver. 

nossos bebês, ao nascerem precisam ficar agarradinhos na gente, numa espécie de gestação fora da barriga. eles precisam do nosso calor, da nossa presença para se sentirem seguros. 

a gente precisa dar suporte ao nosso “filhote” até que eles sejam capazes de se virar sozinhos.


nós somos coletivos e precisamos do outro.

a gente vê bem a importância desse entorno quando mudamos de casa, que em geral é nosso porto seguro. um monte de coisas diferente lá dentro e tudo desconhecido do lado de fora. dá até um constrangimento de pedir algo emprestado pro vizinho.

é por isso que pessoas que foram morar longe dos familiares, especialmente no exterior, ficam muitas vezes sobrecarregadas e não raro se sentem muito sozinhas.


familia costuma ser nossa rede de apoio, especialmente nossa mãe.

a minha mãe foi fundamental em muitos momentos da minha vida. e continua sendo até hoje em vários aspectos.


eu saí da casa dos meus pais muito cedo.

acabei a faculdade de nutrição com 21 anos, casei e aos 23 fui mãe.


como todo começo de vida, foram muitos desafios, financeiros, emocionais, de toda ordem.

afinal, no começo da fase adulta, é natural termos pouca experiência de vida.


com meu filho ainda bebezinho, fui trabalhar no HC de sp e precisava acordar às 4 da manhã para dar tempo de amamentar, levá-lo até a casa da minha mãe, que era bem longe, para então caminhar até pegar ônibus, metrô e entrar às 7h no trabalho.

na volta, era o rolê da condução, caminhada até minha mãe e ainda tinha a parte 2, que era pegar filho, mochila, marmita e um mega trânsito até chegar em casa.

e eu fico pensando que muita gente que pega o filho na creche ao invés da casa da mãe e segue sem a marmita….

é bem desafiador e muita gente passa por esse tipo de situação.


na época, cuidar da casa e cozinhar para um bebê era bastante desafiador. eu ainda era muito jovem, inexperiente, mãe solo e não tinha treino para um planejamento doméstico que funcionasse redondinho. 

na verdade, eu penso que pouquíssima gente recebe esse treino de gerenciamento doméstico.

hoje vejo que ele vem com o tempo, como veio para mim.

mas eu acho que isso deveria ser ensinado quando a gente entra na escola não é?


quando eu saí do hospital, passei os 15 anos seguintes trabalhando no mundo corporativo, enfrentando o trânsito de SP e a pressão que rola nesse tipo de ambiente. 

cheguei a perder momentos importantes, como aniversário do meu filho, dia das mães por conta de viagens e eventos de trabalho. 


hoje, eu olho pra trás e vejo como era insano, mas, como eu disse, tive a benção de poder contar com minha mãe para me ajudar a cuidar dele e de mim também! 


esse termo, rede apoio, muito comum hoje em dia, era um total desconhecido na época que era mais jovem. mas já ele existia.

a minha geração foi de certa forma abençoada por ter mães que não trabalharam fora e se dedicaram a cuidar da casa e dos filhos. 


a geração da minha mãe foi o amparo pra minha geração, pra que a gente pudesse cuidar apropriadamente dos filhos e da vida.

as mulheres da minha idade saíram para o mercado de trabalho com a cara e coragem. 

a gente precisou se virar nos 30 para manter vários pratinhos no ar. 

sem nossas mães, tias e avós teria sido muito difícil porque, há 20-30 anos, não tinha marmita congelada e nem o motoboy do iFood.


o mundo há alguns anos era mais “lento”. a gente era menos exposta a esse bombardeio de informações e praticamente não existia essa sensação de estar atrasada a todo momento por conta de tudo.


hoje, vejo gente no consultório trazendo dúvidas e medos criados por conteúdos alguns sem pé nem cabeça compartilhados nas redes sociais e pelo wsap e afins.


não é à toa que nós mulheres, que somos chefes de família e que temos dupla e até tripla jornada de trabalho, precisamos mais do que nunca de uma boa rede de apoio, já que cuidar de filho e principalmente da gente mesma, em todos os aspectos, é fundamental pra saúde física e emocional.


talvez não seja tão possível contar com as mulheres da minha geração como rede de apoio, como a gente fez com as nossas mães, porque a gente tá  trabalhando fora, ajudando a economia girar. 

inclusive, minha geração também precisa de rede de apoio, especialmente porque estamos numa fase de grande transição na vida de uma mulher, que é a menopausa. uma verdadeira montanha russa hormonal, com cansaço e névoa mental pegando pesado. 

daí, a vitalidade e a disponibilidade em apoiar nossos filhos e todos os queridos fica muitas vezes comprometida. 

tem horas que fica difícil até cuidar de nós mesmas…


no mundo de hoje, parece que há pouca disponibilidade para cuidar do outro, já que é bastante desafiador cuidar de si mesmo. 

o dia parece não ter mais 24h e não há tempo para fazer tudo que precisa ser feito: limpar a casa, cuidar da roupa, da comida, além de estudar, trabalhar, fazer exercício e dormir.

e eu nem tô colocando aqui o descansar, passear, tomar sol, namorar, papear, fazer simplesmente nada. 

essas coisas são um verdadeiro luxo para muitos de nós.


então eu te pergunto: há tempo e disponibilidade interna para ser rede de apoio de alguém?


você já pensou nisso?


planejar a administração da casa é ponto super importante nas nossas vidas. tudo vai funcionar melhor com algumas rotinas estabelecidas, porque o cérebro não vai precisar ficar tomando decisões simples a todo momento. 

e isso é especialmente importante para quem não tem com quem contar.

qual será o dia da limpeza, de lavar e passar a roupa? quando que eu vou fazer mercado? e cozinhar?

olha que cansativo ter que ficar respondendo sempre as mesmas perguntas.


sem contar que, em momentos onde as coisas saem dos eixos - e isso super comum acontecer nos dias de hoje - há três áreas da vida que muita gente costuma deixar de lado: sono, exercício e alimentação, justamente os pilares da saúde e da vitalidade.


e, sem saúde e vitalidade, a gente certamente vai preferir - ou ter que - pedir um iFood. 

sem pique, a geladeira certamente estará vazia e daí não tem mesmo opção de preparar algo.


mas eu te digo que não precisa ser assim!


hoje, aos 55 anos, sou uma mulher na fase da menopausa, moro sozinha, eu trabalho e cuido da minha casa, usando o que aprendi nos livros e na vida.


a nutrição tá dentro da minha vida pessoal e, claro, profissional. eu amo o que faço e sem dúvida é o que pretendo fazer até a hora de deixar esse planeta.

através do meu trabalho, eu entrego esse mix de do meu repertório de vida com meus 35 anos de profissão.


com essa bagagem, é onde eu entro para ajudar, pelo menos em parte, a estruturar uma rede de apoio - por exemplo - de mulheres que acabaram de ser mães, de jovens que saíram de casa para estudar ou trabalhar, de famílias que desejam melhorar a estrutura alimentar da casa, de pessoas que receberam algum diagnóstico de saúde e precisam rever as escolhas alimentares.


essa salada de vida pessoal e profissional eu sirvo no dia a dia de consultório, de forma individual, e também pelo projeto Escola de Nutrição, através de palestras e aulas presenciais, vídeos no canal do YT e cursos.


a Escola de Nutrição nasceu oficialmente no começo da pandemia, lá em 2020, mas ela começou a ser gestada em 2008, quando eu fiz minha transição de carreira, deixando o mundo corporativo e voltando a atuar como nutricionista clínica e professora.


e aquele bebê, que teve a benção de ser cuidado pela vó, hoje é meu parceiro de projeto.


atualmente, o canal do YT da EN, tem mais de 200 vídeos, entre conteúdo sobre temas pontuais, aulas que dei em congressos, curadorias e entrevistas.


pela Escola, já oferecemos treinamento de alimentação e nutrição dentro de empresas e cursos online de culinária mão na massa. 


esse ano, a experiência de colocar literalmente a mão na massa está saindo das telas em uma vivência chamada “culinária mão na massa, pés na terra e alma tranquila”, que vai acontecer de 19 a 22 de junho, durante o feriado de corpus christi.

a experiência acontecerá em um sítio localizado entre as cidades de Morungaba e Amparo, há cerca de 100 km da capital paulista.


durante 4 dias vamos cozinhar juntos, descansar, escutar o silêncio, papear, apreciar o pôr do sol e o céu estrelado. 

teremos noite da pizza e, se o tempo ajudar, uma jantar à beira da fogueira, já que é mês de festas juninas.


durante essa vivência, vamos trabalhar pontos que vejo no dia a dia do consultório para  construir uma base onde será mais rápido apertar o botão do fogão ou do micro-ondas do que esperar o motoboy chegar.


sabe que eu fico pensando como a Ana aos 22 anos se beneficiaria dessa experiência se ela tivesse acesso a essas informações naquela época.

embora eu soubesse cozinhar, não sabia como organizar de forma eficiente as compras de mercado e nem era hábil suficiente para deixar tudo no jeito, lavado, picado e congelado. ainda mais trabalhando fora e como filho pequeno.

teria sido providencial uma orientação dessas naquela época e nos anos seguintes. 

minha mãe esteve ali para mim, graças a Deus, mas não me ensinou a gerenciar a cozinha dessa forma porque não fazia parte do repertório dela. e tá tudo certo. foi como foi e sou super grata que tenha sido assim. essa experiência de ter a marmita fresquinha todos os dias inclusive compõe esse conteúdo que eu carrego hoje e que faz parte do que ofereço com o meu trabalho.


eu deixo aqui pra você pensar:


a autonomia na organização e no preparo das refeições é base para atravessarmos todos os momentos da vida, especialmente aqueles mais desafiadores.


ter bom trânsito na cozinha nos ajuda a ser nossa própria rede de apoio e nos qualifica para ser em algum momento o apoio de alguém muito querido para nós


 
 
 

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