O sal nosso de cada dia
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O sal nosso de cada dia

Atualizado: 11 de mai. de 2023

Tudo que você precisa saber para decidir qual sal comprar


O uso do sal pelo homem é muitíssimo antigo, como tempero ou como conservante, e sua história conta com um tanto de guerras pelo controle da sua extração e comercialização. De origem predominantemente marinha, podemos dizer que somos um povo abençoado por termos sal no quintal de casa, já que temos uma costa marítima grande e, por isso, não precisamos depender de outro país que abastecer nosso mercado.


Um ingrediente muito familiar no nosso dia a dia, o sal nada mais é do que cloreto de sódio, uma molécula de sódio combinada com outra de cloro, elementos químicos que encontramos facilmente em vários alimentos. Se fossemos considerar somente sua composição química, poderíamos dizer que ele é dispensável na dieta. No entanto, desde os anos 50, o sal foi escolhido pelo Ministério da Saúde para suplementar iodo à população, um nutriente considerado essencial pelo fato de o nosso organismo não conseguir produzi-lo. Essa estratégia também é utilizada por vários outros países e o teor adicionado segue as recomendações da Organização Mundial da Saúde.


Mas por que o sal?

A quantidade de iodo necessária pelo organismo é muito pequena. E, como o organismo não consegue estoca-lo, nós precisamos receber pequenas quantidades continuamente. Como o sal é um item usado diariamente em pequenas quantidades na culinária há muito tempo, o casamento foi perfeito. Além disso, o sal é barato, acessível a toda à população, e o iodo não altera sua cor e sabor.


Sobre o iodo

O iodo é um elemento fundamental para a glândula tireoide fabricar seus hormônios, o T3 (triiodotironina) e o T4 (tiroxina), que atuam em vários órgãos e sistemas do nosso organismo. Sua deficiência ou excesso pode levar ao mau funcionamento da glândula e, consequentemente, a vários problemas de saúde.


O consumo de iodo em níveis adequados previne o aparecimento de algumas condições de saúde que dependem do perfeito funcionamento dos hormônios tireoidianos e que têm grande impacto no desenvolvimento humano, social e econômico. Sua carência tende a ser muito mais danosa do que o excesso. Em crianças, a falta de iodo pode levar a um retardo mental grave e irreversível e à surdo-mudez. Segundo o Ministério da Saúde, a má nutrição do iodo está relacionada às altas taxas de bebês que já nascem mortos ou com baixo peso, a vários problemas durante a gestação e ao aumento do risco de abortos. Além disso, a deficiência de iodo leva ao aumento da tireoide, conhecido como bócio.


Esse micronutriente pode ser encontrado em alguns alimentos, como peixes, laticínios e poucas hortaliças e frutas. Seu teor é bastante variável, dependendo do quão rico é o solo onde o alimento foi cultivado ou onde o animal foi criado. Em geral, a quantidade de iodo presente no alimento não atende à necessidade diária do organismo. Daí a solução é usar um pouco de sal iodado todos os dias!


Melhor sal para usar

Pensando em custo-benefício, o melhor produto para colocarmos na nossa lista de compras é o sal marinho – o nome pode soar estranho, já que o sal refinado também veio do mar, mas, enfim, é assim que ele chama. Marinho ou refinado, ambos são cloreto de sódio e obtidos a partir da evaporação da água do mar. Só que o refinado, como o próprio nome diz, passa por um processo de refinamento que elimina os vários minerais presentes naturalmente na sua composição e adiciona várias substâncias químicas. O marinho, por sua vez, preserva os nutrientes presentes no momento da extração e não ganha tantos ingredientes químicos. Ambos são adicionados de iodo para atender às exigências do Ministérios da Saúde.


Sal do Himalaia

Ele está totalmente na moda e muita gente o adotou em substituição ao sal comum. De fato, o sal do Himalaia tem um teor bem menor de sódio e é rico em vários minerais, características escolhidas como apelo na hora de vender o produto.


No entanto, há que se considerar dois pontos importantes: ele não tem nada de iodo na sua composição – e já vimos o quanto esse nutriente é importante para o organismo – e sua extração é feita a muitos quilômetros do nosso mercado. Pensando em pegada de carbono e em preço de venda ao consumidor (que fica bastante “salgado” depois de percorrer essa distância toda), ele não é muito interessante. Não quer dizer que ele não possa ser usado. Ele só não deve substituir 100% o sal iodado.


Flor de sal

A flor de sal é outro produto disponível no mercado. É assim chamado porque, quando visto no microscópio, seus cristais parecem flores. É um produto 100% integral, mas não tem iodo em quantidades que atendam as nossas necessidades.


Algas

Elas são pouquíssimo usadas na nossa culinária, embora sejam extremamente nutritivas. Ricas em antioxidantes, fibras e muito minerais, inclusive iodo, as algas são versáteis e podem compor várias preparações do nosso dia a dia, como os feijões, refogados e sopas. São facilmente encontradas em lojas de alimentos orientais.


Mesmo contendo iodo, é importante manter o consumo diário e moderado de sal iodado

Sugestões:

  • Quando for cozinhar o feijão na panela de pressão, coloque junto um pedaço de alga kombu. Para cada xícara de feijão cru, use um pedaço de 3x4 cm da alga;

  • Ao refogar legumes, adicione um punhado de alga hijiki.


A recomendação de ingestão diária de sal é 5g/dia, o equivalente a 1 colher de café. Segundo o IBGE, o brasileiro consome cerca de 12g/dia

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